Sunday, February 04, 2007

A diferença entre o criativo e o criador

Essa semana um jornalista me perguntou sobre a minha visão de criatividade, criação e suas derivações. A coisa rendeu um bate-papo interessante da qual partimos de um ponto de vista divergente entre as duas coisas, mas que no fim chegam no mesmo lugar. Pelo menos é o que eu acredito ;)

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O criador cria da emoção, de um sentimento ou de uma manifestação autêntica, das suas virtudes, das suas experiências, das suas conclusões ou das suas desconclusões. Assim ele cria uma manifestação, não importa o formato: Músicas, quadros, versos, filmes, imagens, cores, palavras ou poesia. Teatro, acordes, luzes e sons. Esculturas, melodias, rítmos ou nada disso.

O criador é um materializador dessa manifestação, com um propósito ou nenhum. O criador, entretém, emociona e sua criação se torna realmente factível no momento em que provoca uma reação em alguém ou torna-se uma entidade-potencial que move-se contra à mesmisse e o senso comum, capaz de interromper a inércia, a não-percepção e o esperado. A obra de um criador passa a ter vida própria e se torna tangível quando instala-se em forma de reação em cada ser-humano que estabelece contato.

O criativo é aquele que recria, que estuda o fator sensibilizador e transforma em outras coisas. É o esperto, o malicioso que usa a criatividade adequadamente a uma circunstância. O criativo trabalha pela necessidade de terceiros, pela virtude de se fazer entender, atrair e claro, de se fazer necessário também.

Ser criativo requer repertório, sensibilidade e conhecimento sobre a excelência da criação, mesmo que não seja um criador. Ser criativo requer conhecimento sobre as consequências que uma criação produz e principalmente como ela instala-se em forma de reação em cada ser-humano, a fim de propagar.

E o mais importante é que o criativo, tenha pelo menos um pouco da essência de criador, uma certa fagulha de subversão, para criar uma manifestação desestabilizadora e que faça realmente diferença no rítmo do cotidiano ou na transformação de um momento curto e aparentemente despretencioso em um momento memorável.

3 comments:

Anonymous said...

Estava esperando um comparativo, uma soma das duas figuras até ler o último parágrafo. Concordo em genero, número e grau com sua definição. Acredito na malandragem e na arte, nos clientes e nas galerias e principalmente na comunicação, do varejo com o cliente, do artista com seu público, da minha com a sua. Ow coisa poética que é essa nossa profissão.

Um Abraço

Rafael Barros said...

Oiaaa o honorio por aqui.
Muito bem observado. Essas coisas confudem a cabeça mesmo. Qual a diferença do i9-ador e da i9-ação?

Abs,
Rafa

Anonymous said...

Legal a tua visão sobre esse assunto. Botei um link pra esse texto no meu blog. Abraço Ricardo.