Wednesday, August 15, 2007

Cenas dos bastidores da interatividade

Essa não é uma cena de uma produção de cinema. Isso não é a gravação de um programa de TV e nem parte de uma obra em SP.
Essa é uma cena de uma produção de um site e de uma grande campanha interativa que está por vir.
Aguarde ;)

Friday, August 03, 2007

O que é interatividade pra você?

Abaixo, segue um texto muito bom da Bruna Comin que descreve interatividade no seu sentido mais simples e nativo. Divirtam-se e sintam-se à vontade para descrever também o que pensa você sobre "interatividade".

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Esses hábitos tão interativos
Bruna Comin


Vamos lá. A tia vai falar um pouco sobre essa coisa de enviar e ter a plena certeza de que o outro recebeu a mensagem. Sim, ‘estudei’ semiótica, emissor, receptor e aquelas apostilas todas e digníssimos autores. Meu professor que mais parecia o Kajuru, que o diga! Brinde for today ;-)

Eu acho que isso começou quando eu nasci. Aquele doutor, bem velhinho já, me dando tapinhas no bumbum para que eu interagisse com ele. É, foi ali que eu comecei. Chorando, mas foi. Nunca tinha pensado nisso. Que interação sacana!
Esse dom de comunicar, de cutucar o próximo com a esperança de um revide sempre me soou muito bem. Aquele professor chato insistindo que não é possível que ninguém tenha nenhuma dúvida e você lá, interagindo, lógico, jogando bolinhas de papel ao ar... A interação entre os amigos durante uma prova – essa é a maior prova de que existem boas amizades para datadas situações; a interação com o cachorro do vizinho, quando se é criança e acha que late tão bem quanto ele. Beijo? Haja fôlego pra tanta interatividade! Carreira? Haja demissão por falta de conversa! Namoro? Sem interatividade não faz o mínimo sentido. Tente conviver com uma pessoa que não beija, não fala, não ouve, não transa, não convive, não adiciona. Pra isso não se precisa de um call to action, confere?
Mamãe sempre me espera chegar lá pelas tantas da noite pra contar algum acontecimento. E conta, conta, conta... De algumas interações eu tento fugir =P mas ok, eu interajo sorrindo e deixando a ‘véia’ mais feliz. Aí também tem música, teatro... Você interage cantando? Rindo? Pensando? Você interage consigo mesmo, que eu sei! O ser humano tem essa necessidade de ser ouvido, mesmo que por si mesmo. Quanta gente que fala sozinha você conhece? Ah bom.
Caixa de supermercado. Quer coisa mais decepcionante do que ouvir ‘Não trabalhamos com este cartão’? A interatividade acaba naquele momento. Todos os seus sonhos de consumismo – isso, consumismo - vão por água abaixo e, inclusive, a vontade frenética de digitar a senha que você sempre esquece. Estou ficando boba ou não é demais citar a interação com a maquininha? Não, né?!
E Internet então? Essa coisa que já vem nas features de um quarto de bebê nos dias de hoje (comecei em BBSs, em chats no DOS como Michelle Pfeifer. Pode? Lógico que pode, eu era uma garotinha recém chegada à casa dos decimais e achava o máximo quando descobria facetas como mudar a cor do nick – esse adendo foi ridículo, embora eu espere que vocês discordem). Hoje eu recebi um e-mail. Quer dizer, centenas deles. Adoro lê-los calmamente. E adoro ver cada reação que tenho com cada um. Eu interajo com meu próprio monitor. Isso é possível? Sorrio, leio e até choro a cada enviar/receber e-mails – choro porque, acredite, não são poucos mesmo. Mas o mais engraçado é que, se não recebo nenhum deles, e não há motivo para interagir com outrem, com o computador, com o teclado, eu fico muito pê da vida! Mamãe acha que isso é vício... Coisa de mãe! Não quero me curar deste mal. Eu gosto dessa tal Internet.
Ainda outro dia vi no dicionário que interatividade se relaciona a máquinas. Injusto. E tudo isso que citei acima? Não destruam meus sonhos, por ora, por favor. A interatividade está no pãozinho com manteiga - reparem, com manteiga – que tomo no café da manhã. Estou exagerando? Nada.
E no trabalho, então? Eu interajo o dia todo. Com pessoas. Com máquinas. Com o mundo virtual. Com o telefone. Com a minha caneta e a impressora. Eu sou obrigada a interagir com meu chefe, senão não estaria contratada ;-) Eu testo publicidade, testo banner, testo a capacidade da criatividade alheia. Eu clico em matérias, e leio, e interajo com os pensamentos de estranhos, sobre coisa qualquer, sobre publicidade, sobre marketing, sobre profissionalismo, sobre redação, sobre gestão de pessoas, sobre poemas, blogs, sobre vinhos e cultura. Eu clico nos links de um site para ver se realmente funcionam; e onde me levam. E vou indo. E clicando, e agindo. Eu trabalho. Eu me divirto. Eu mando, desmando, sou ‘pau mandado’. Eu aprendo. Eu conheço. Até viajo. Eu interajo.

Interagir. Agir? Girar? Constante que não tem fim. É tudo feito de interação. Interação e ar. Uma coisa leva a outra. Uma ação leva a outra. Uma ação gera outra. Ação, reação, interação. Meu cérebro sabe bem o que é isso. Às vezes acho que vou implodir de tanto conversar com ele. Movimento danado de recursivo!
Mas a interatividade mais bacana é entre nós. Você lendo, eu observando. Você pedindo, eu escrevendo. Você contando, eu sorrindo. Você cantando, eu ouvindo. Eu lhe acariciando, você sentindo. Você criando, eu apreciando. O mundo vivendo, todos acontecendo. Sem essa interatividade, tudo seria menos lúdico, faria menos sentido do que já faz, e, com certeza, teria menos graça.
Tudo é interativo?
Quem? Diga-me quem vive um dia não interativo? Brilhantemente – e amém - não dá. So irresistible.


BU, 070417