Monday, December 22, 2008

Muito além da mídia online




Me lembro que, no ano passado, ao observar as categorias do Festival de Cannes cheguei à conclusão que alguma coisa estava muito estranha e me incomodava profundamente. Ou seja, em todas, simplesmente todas as categorias haviam as suas derivações digitais. Parecia que haviam 2 festivais em um, o festival de Cannes analógico e o festival de Cannes digital.

Aquilo não parecia normal e me despertou um questionamento aparentemente idiota, mas genuíno, porque na verdade não era uma causa, mas uma consequência de algum tipo de distorção.

Pensei comigo: Será mesmo que os CEOs ou CMOs do mundo entendem que os problemas ou os desafios das marcas deles se distinguem entre analógico e digital? Não, não é possível pensei. Mas então porque diabos os orçamentos de marketing, as agências, e até os criativos estão divididos desta forma? Provavelmente porque a indústria destina suas verbas para pagar a veiculação de suas mensagens, em meios analógicos e meios digitais.

E o pior é que se eu disser que isso faz menos sentido ainda na minha cabeça, há chances de eu passar por louco. Mas a verdade é que, dar voz interativa às marcas está muito além de investir em mídia online, abrange desde a inspiração de novos produtos, de canais mais eficientes de relacionamento, de novos serviços e atendimento mais qualificado até a otimização de simplesmente todos os fatores relacionados ao tradicional mix de marketing de uma empresa.

O fato é que acho oportuno levantar esse assunto nesse momento peculiar que estamos vivendo, pois infelizmente boa parte das marcas no Brasil, quando se fala de comunicação, ainda se limita ao papel de anunciante, mesmo que digital. Na verdade, o uso do seu budget pode fazer muito mais do que veicular slogans, mas criar uma eficiente repercussão de imagem construída por um maior repertório de ferramentas estratégicas e inclusive criativas. Aliás, a própria campanha de Barak Obama exemplifica muito a respeito disso, onde mais de meio bilhão de dólares foi arrecadado exclusivamente pelos meios digitais. Não é a toa que se o mundo inteiro pudesse votar, talvez Obama fosse um presidente facilmente elegível a partir de qualquer país no mundo.

Enfim, acredito que 2009 será um grande ano, cheio de oportunidades para novas quebra-de-paradígmas, menos "força do hábito" e mais "vamos fazer diferente".

Que venha 2009.

Feliz Natal e Feliz Ano Novo para todos.