Friday, November 30, 2007

Conteúdo Interativo - o que a Thaís tem a ver com isso?

Apesar da bola da vez dos próximos dez anos de propaganda e entretenimento serem protagonizados pela interatividade, seja onde for que ela ocorra, muito pouco tem se falado sobre o conteúdo interativo. E infelizmente muito pouco também tem sido produzido neste sentido. Mas nem por isso, a atenção e a relevância dessa prática representa menos do que a essência da modernização da comunicação.

No momento em que o consumidor passa a ser o controlador dos aspectos sensíveis às suas experiências de marca, o seu interesse é o que determina o seu nível de imersão e o tempo de relacionamento com ela. Assim, tudo muda de figura, ou seja, as marcas e a própria propaganda em si passam a desempenhar uma função mais ampla e ao mesmo tempo profunda com o consumidor do que simplesmente comunicar uma mensagem. E assim esse comportamento também influencia grandes produtores de conteúdo da industria do entretenimento, a TV e o cinema.

Começando pela TV, os Big Brothers da vida foram verdadeiras sementes da influência do público sobre a programação na televisão, ainda que numa ordem de grandeza de n para 1, ou seja, a maioria escolhe um resultado, uma possibilidade que é assistida por todos. No cinema no Brasil, ainda podemos considerar isolada a iniciativa do Cinema Interativo no lançamento do Fiat Idea Adventure, onde o conteúdo se desdobrava em histórias compostas por multiplas escolhas pelo público. A iniciativa até inspirou recentemente algumas outras ações como por exemplo as mini-histórias de “Antônia” no site da Globo.com.

Mas especulando ainda mais fundo, há algum tempo atrás o Brasil inteiro viu o capítulo final da novela das 8, Paraíso Tropical. Tudo bem, que a audiência aqui pode não assistir muito novela das 8, mas confesso que eu fiz parte desse “long tail” e acabei fissurado para ver quem matou a personagem gêmea-má, Thaís. A verdade é que a novela provou por A + B, que o seu final em si jamais seria tão interessante quanto a especulação sobre as possibilidades de diferentes finais. Em termos práticos, já pensou se as pessoas que se decepcionaram com a impunidade final da novela pudessem ver outros caminhos que castigariam os vilões ou ainda se os casais felizes tão previsíveis pudessem ter seus destinos modificados pelas probabilidades interativas? Enfim, não há dúvidas de que tudo seria muito mais divertido, não só o fato de existirem outros caminhos para a história acabar, mas a possibilidade de poder visualizar mais de um destino para a vida das pessoas. Afinal esse é um paradígma nato do ser-humano, que sempre se pergunta todos os dias sobre as outras escolhas que eles porventura poderiam ter feito em suas vidas.

A interatividade veio pra trazer esse poder sobrenatural para a indústria do entretenimento, e ainda especular sobre a influencia dos valores ou fantasias das pessoas dentro das histórias.

Hoje de fato a internet já é um canal perfeito para isso, a televisão em breve. Se os conteúdos produzidos pelos grandes players de entretenimento já estivessem sendo desenhados com essa amplitude, tenho certeza que o nível de aderência seria altissimo. Afinal quem não gostaria de experimentar um outro assassino para a Thaís? Não para a massa necessariamente, mas para satisfazer a própria vontade de dar um fim diferente ao senso comum ou uma simples vontade pessoal.

Enfim, será que chegou o tempo de um novo tipo de entretenimento? Imagine as novelas-games, os mini-série-games ou os filmes-games. E o melhor, com dinâmicas completamente diferentes de “mídia” ou "conveniência", esteja espectador sentado no sofa, na frente do computador ou no metrô voltando para casa.

Eu acredito que a resposta para isso tudo já está dada e muitos envolvidos ainda não acordaram para isso. É só o criativo-interativo entender que comunicação interativa é muito mais que flash, html, ajax e o criativo de programação de tv entender que o mais legal é a especulação sobre as possibilidades e não necessariamente a sua versão predileta.

Thursday, November 29, 2007

Creative Social in SP

É bem verdade que essa edição não deu para participar. De qualquer forma deve estar sendo no mínimo engraçado 30 diretores de criação gringos se virando na cidade de São Paulo.
Parabéns Fefa pela organização do evento. Mark & Daniele, it was great to get Brazil this time.
Espero que todos curtam o Drosófila.

Obrigadão Marina e Fernanda pela ajuda estrutural. Tô acompanhando de longe ;)

Friday, November 23, 2007

Oba-oba criativo

A democratização do insight ou da participação de um brainstorm é importantíssimo, mas definitivamente não é sinônimo de um produto criativo.

É a mais pura verdade que todo mundo tem o direito e o dever de ter boas idéias, boas soluções, boas inspirações e até aspirações para que as dificuldades da vida ou até as necessidades de um cliente sejam resolvidas.

No entanto, para cada um, existe um processo que é baseado nas suas características individuais. Algumas pessoas são mais imediatistas, outras práticas, umas racionais, existem também os viajandões, os intimistas e até os Barbárvores que levam 300 anos pra falar, mas quando falam vale cada segundo em que permaneceu calado. Tenho certeza que cada um tem a sua solução baseada no seu estilo de ser e de suas referências.

Porém, o que tem acontecido muito por aí é o estabelecimento como modelo de processo criativo a simples exposição de insights e dinâmicas de discussão multidisciplinar, ou seja, com certeza será considerado como o produto criativo o que será mais coerente inicialmente, o que todas as partes concordarem e o que por fim não for discrepante para os objetivos básicos. Só que infelizmente numa reunião de dinâmica dessa natureza só há espaço para o desenvolvimento das primeiras idéias que vem na cabeça de cada um que estiver ali, isso quando os outros não estão ouvindo absolutamente nada pois estão construindo mentalmente alguma coisa pra falar quando o próximo calar-se. São reuniões típicas onde passam-se horas falando sobre obviedades, sobre as referências comuns a todos, além de chegar a um senso quase sempre previsível.

Mas isso não é culpa dos envolvidos e sim do processo em si. Isso aconteceria com qualquer sala repleta de gênios. Imaginem só, Da Vinci, Van Gogh, Gandhi, Vinícius de Moraes e Darwin tentando resolver qualquer coisa em conjunto. Não tenho a menor dúvida que se saíssem 2 vivos dessa reunião já seria muito. E o produto da reunião? Talvez o que Darwin chamaria de “teoria da confusão”.

Agora faz o seguinte, experimente fazer o contrário, imagine dar um tempo para um desses gênios ou qualquer pessoa, um reles mortal se debruçar individualmente ou no máximo em dupla, em tripla, ou até em quadra, mas respeitando acima de tudo afinidade e a sintonia (palavra boa para essse caso) e instiguem-os a visitarem seu repertório, seu consciente, seu subconsciente, fazerem todas as associações possíveis, previsíveis e imprevisíveis, misturá-las, ir pra frente, ir pra trás, selecionar várias, invertê-las, e no momento em que cada um tiver com o que for de melhor no seu jeito de pensar apresente em uma reunião. Essa reunião deve ser bem orientada onde em cada momento um apresenta e os outros absorvem, ouvem e colocam sua contribuição. Eu não tenho a menor dúvida de que todos terão excelentes colaborações em todas as soluções, e que as soluções encontradas não teriam tanta força e riqueza se não tivessem sido buscadas num processo realmente criativo.

E o que é um processo criativo? É essa atividade que busca, a concentração, a atitude de refletir internamente e de tentar encontrar algo inesperado ou algo que sensibilize, que toque e realmente fale algo de novo ou de uma forma nova.

Bem, é assim que nesse mesmo processo também surge um escultor que pode fazer uma excelente composição ou até mesmo um pintor que pode resolver enigmas matemáticos. É uma questão de concentração, de criação, não de repentismo, chutaísmo ou discussão, seja você um planejador, um diretor de arte, um atendimento, um jogador de golfe ou um DJ que vai colocar um som numa festa.

Ah, lembrei-me agora daqueles shows beneficientes do tipo Live Aid ou SOS Planet Earth em que no final sobem no palco 10 bandas pra tocar a última música junto. Aquilo é um horror e não passa de uma política romana antiga do pão e circo. Mas e você, afinal, o que você preferiria, ter dez mp3 de músicas tocadas por 10 bandas juntas ou dez mp3 com as melhores músicas dessas 10 bandas?

Saturday, November 17, 2007

Glue London - Agency of the Year 2007



Tem sido um enorme prazer trabalhar na Glue aqui em Londres. Mais do que uma agência totalmente focada no produto criativo como diferencial do business, é uma agência de comunicação interativa que traz em seu âmago a busca de idéas que entretenham o consumidor e que acima de tudo se descolem da paisagem ou do senso comum.

Além disso, a Glue consegue a proeza de ao mesmo tempo em que mantém o rítmo criativo frenético ser considerada uma das 100 melhores empresas para se trabalhar da Inglaterra. Ou seja, uma mistura de espírito ousado com uma atmosfera e clima de trabalho excelentes fazem desse lugar algo muito especial, podendo ser percebido da qualidade criativa, até a finalização. São aproximadamente 120 pessoas com o mesmo foco, fazer um trabalho sedutor impecável, do planejamento à produção. Convivendo como uma família, sem diferenças territoriais ou ainda hierárquicas. É fácil perceber isso, basta ver no site onde a agência expõe toda sua equipe, sem exceção e sem as patentes. Uma descrição sobre o espírito e as características de cada um, o que já suficientes para mostrar o que é importante saber sobre cada um e captar o espírito como um todo. Confesso que toda semana eu fico de fazer o meu, mas infelizmente ainda não deu tempo.

O mais interessante sobre essa agência é que isso tudo não é uma novidade, ou seja, há 3 anos ela é considerada "uma das 100 melhores empresas para se trabalhar na Inglaterra" e o título de agência criativa do ano também vem como unanimidade desde 2004.

Parabéns ao Mark, Seb, James e todo mundo por manter essa essencia absoluta sobre todas as outras coisas.

Wednesday, November 14, 2007

El Ojo Inovador de TV e Cinema tem Brasil representado pela Click


É isso mesmo. A categoria inovação de Cinema & TV do El Ojo esse ano tem um trabalho criado pela AgênciaClick representando o Brasil.

Categoría 1: Cine TV

1. Campaña Interactiva de cine, de Agencia Click para Fiat.
2. Camreality, de Conill para Toyota.
3. Cirugía, de Madre para Nike Latam.
4. Feliz Año Nuevo, de Universal McCann España para Mastercard.
5. Mecí, de McCann Argentina para Canal 13.
6. Perfecta para todos, de Universal McCann España para Coca Cola.

Ranking mundial criativo

Saiu hoje o release de como anda a criatividade da nossa indústria no mundo inteiro.
Os resultados são bastante surpreendentes e ninguém ainda se deu conta de alguns detalhes importantes.
Começamos por analisar a posição nacional em todas as categorias. O Brasil pula do sexto para quarto lugar com 90 pontos no total do Gunn Report.

22 pontos em TV
27 pontos em impresso
41 pontos em comunicação interativa

Vale dizer também que em comunicação interativa o Brasil está com a pontuação quase dobrada das outras categorias. Além de que assegura a terceira posição no rank interativo perdendo apenas para Estados Unidos e Inglaterra.

Aproveito para parabenizar à criatividade interativa do país mesmo de longe, mas também dizer que podemos ir bem além.

Tuesday, November 13, 2007

London Awards 2007 - Brave Farfar


Bem, acabei de voltar da cerimônia de premiação do London International Advertising Awards, onde tive a oportunidade de ser jurado pela segunda vez.

Além do prazer de encontrar com amigos, a festa teve uma beleza especial pelo fato de que hoje havia saído o Gunn Report Oficial onde a Farfar e a Crispin estavam empatadas em primeiro lugar entre as agências interativas. O que é novidade é que não há mais desempate. A Farfar (isobar) dispara na frente com a consquista do Grand Prix, um ouro e um prata no festival mais difícil do mundo, o LIAA.

Congratulations to Matias and Nick. You deserve it.

Monday, November 05, 2007

The revolutionary communication


A Apple esse ano desenhou o Iphone e realmente lançou uma interface revolucionária, onde a relação homem interface nunca foi tão bem executada. Mas a história da revolução da tecnologia não parou por aí, muito pelo contrário.

Agora, essa semana vem dar início à verdadeira revolução, não só no mundo tecnológico mas na vida das pessoas, a revolução não será em uma interface com um aparelho, mas nos hábitos, na estrutura da relação na comunicação entre elas. Esse lançamento não é um evento tecnológico, é um acontecimento tal como a internet representou para o mundo tamanha transformação. Esta semana será lançado o SkypePhone, um aparelho que traz como formato a herança do telefone celular, mas que tem um papel estrutural completamente diferente na vida das pessoas. Um aparelho que permite a conexão e a comunicação totalmente gratuita entre países diferentes por audio, por vídeo e ainda traz mobile TV. Para quem está pensando nos hábitos atuais do velho conhecido "telefone" não há dúvidas que a conclusão sobre a economia que isso representará para o consumidor é gigante, mas por outro lado, imagine esse aparelho como um canal aberto de comunicação com o mundo todo, assim como o MSN, o Orkut, o Facebook ou qualquer outra iniciativa dessas, imagina isso em vídeo, em voz e independente de computador. Imagine-se entrando em contato com pessoas que trabalham com a mesma coisa que você só que na Austrália, ou seja, uma grande rede social mobile está sendo criada. Aliás, já já alguém vai chamar isso de mobile 2.0.

Aqui em Londres essa semana também está programado o lançamento do Iphone, mais precisamente dia 9, mas por incrível que pareça mesmo custando 239 libras quase R$ 900,00 não está nem fazendo cócegas perto do alvoroço pela chegado do SkypePhone. Seu custo será de apenas 89 libras (360,00) para quem quiser adquirir 2 de uma vez e o desconto é progressivo conforme a quantidade de aparelhos que um indivíduo, empresa ou grupo queira ter.

Bem, enquanto as operadoras no Brasil e Estados Unidos discutem se travam ou desbloqueiam o uso dos celulares para outros prestadores de serviços por aqui na Europa e no mundo da telefonia 3G as pessoas vão trocando seus números por seus nicknames.

Saturday, November 03, 2007

Sustainable and mobile energy

Essa foi realmente um semana cheia e muito diversificada. Ontem, quinta-feira, passei o dia na De-Construct onde participei do desenvolvimento de um novo projeto para Panasonic e achei que já tinha tido novidades suficientes para a semana, quando hoje sexta-feira, a minha segunda desde que cheguei aqui, ao voltar de uma reunião na sede da Isobar flagrei uma novidade no mínimo interessante e não foi nas páginas da Wired não, foi dentro do metrô mesmo, mais especificamente na minha frente. A portadora dessa nova invenção desceu junto comigo na minha parada "Gloucester Road", o que me deu oportunidade de observar por bastante tempo os detalhes daquela novidade e ainda tirar uma foto com celular. Ela portava nada mais nada menos do que uma mochila aparentemente normal. A diferença é que a mochila tinha painéis de captação de energia solar e fornecia à sua proprietária energia para alimentar o que fosse de seu interesse como celular, recarregar seu Ipod e etc.

Parace mesmo que o homem se tornou totalmente dependente de seus gadgets e agora mais do que isso, se tornou dependente constantemente de uma fonte sutentável de energia para mantê-lo conectado ou no mínimo ligado aos aparelhos que sustentam sua nova dinâmica de vida. Isso é uma prova de que estamos vivendo realmente uma fase de revolução dos hábitos dos consumidores em função da teconologia, em função do seu conforto e seus novos costumes.